segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Uma rosa, um sorriso

A menina sentou na escadinha da ponte. Deixou a bolsa de lado e abaixou a cabeça. E então, começou a chorar. Chorava um choro baixo, pra si, não pretendia fazer escândalo em local público, mas também não aguentaria todo o caminho até chegar em casa. Então sentara ali mesmo e desatara a chorar um choro quase silencioso.
Algumas pessoas ao passar olharam pra ela. Rostos estranhos. Olhares de pena. Olhares de indiferença. E até escutara algumas pessoas comentando. Mas não ligava. A tristeza e desânimo que a estavam consumindo eram tamanhos que nada mais importava e tudo o que podia fazer era chorar.
Começou a chover. Ela olhou para o céu por um momento. A chuva caía e se misturava as suas lágrimas. As pessoas a sua volta começaram a correr ou abrir seus guarda-chuvas. Ela se manteve ali.
Depois de muito tempo ali, de repente sentira um toque em seu ombro. Uma mão. Levantou lentamente a cabeça. Seus olhos já muito vermelhos avistaram o rosto de um homem. Ele lhe entregara um bilhete enrolado em alguma coisa. Ela o abriu. Dentro do bilhete havia uma rosa vermelha. Segurou a rosa e começou a ler o bilhete.
"Lágrimas não mudam o que passou. Não digo para não chorar, mas não perca a vida fazendo-o. Sorria e siga em frente. E se quiser me acompanhar, aceitarei sua presença de bom grado. Agora limpe o rosto e sorria." E o bilhete terminava com o desenho de um rosto feliz.
Ela virou-se e avistou o homem já ao final da ponte. Parou. Pensou. Limpou o rosto, levantou e foi até ele tentando não chorar mais e sim sorrir.

Nenhum comentário: