sábado, 19 de novembro de 2011

A granada

Conheci essa garota um certo dia, Doutor. Ela era incrível, exatamente tudo aquilo que eu procurava em uma garota. Não teve como evitar, me apaixonei. Depois de algum tempo tive a oportunidade e aproveitei-a, fiquei com ela.
O senhor é casado, Doutor? Melhor, o senhor já amou antes? Se já amou vai me entender. Naquela hora eu soube que era mais que paixão o que eu sentia. O beijo não foi nada demais, foi completamente normal, mas o sentimento tornou aquele momento simplesmente perfeito. Foi indescritível.
Nós continuamos a ficar durante algum tempo e depois de exatamente um mês e três dias eu resolvi que era hora, pedi ela em namoro. Ela aceitou. Naquele momento eu fui a pessoa mais feliz do mundo, mas também a mais idiota, resolvi dar uma granada de presente pra ela.
Sabe Doutor, essa granada era muito importante pra mim, significava muito dá-la pra ela. Eu nunca tinha feito algo assim. Pedi pra ela cuidar muito bem dessa granada. E ela o fez. Por um tempo. Pra ser mais exato, por três meses. Então Doutor, aconteceu o pior. Ela terminou comigo e... Não, calma, esse não é o pior. Ela terminou comigo e jogou a granada no chão. A granada explodiu. Levou com ela minha calma, minha felicidade, minha vontade de viver...
E é por isso que eu estou aqui, Doutor. Quero meu eu de volta. Todos falam que o senhor é o melhor nesse assunto, espero que possa me ajudar.
Tão comum assim, Doutor? Mesmo?
Então só vou precisar de tempo pra isso né?
Okay, Doutor, não cometerei esse erro de novo, acharei quem valha a pena entregar essa granada. Muito obrigado pela sua ajuda, espero não ter que voltar aqui.

"And she's holding on my heart
like a hand grenade"