segunda-feira, 19 de julho de 2010

Feliz em tê-los

Meio chatos,
protetores,
mulatos,
encantadores.

Já bem vividos,
conselheiros,
já bem antigos
companheiros.

Esquecida ela,
reclamão ele,
ele reclama do esquecimento dela
e ela não esquece as reclamações dele.

Há dezessete anos
eu pude conheçe-los,
por dezessete anos
sou feliz por tê-los.

Não agredeço
por me pôr no mundo,
vocês fizeram muito mais.
E esclareço:
sinto um orgulho profundo,
me orgulho de MEUS PAIS.

domingo, 18 de julho de 2010

Minha obra

Se vocabulário falta,
criatividade sobra.
Palavras são meus tijolos
E essa aqui é minha obra.

Mas não me chame de engenheiro,
sou um terno pião
com muito a aprender.
Em busca da superação.

Cada andar é um pensamento
feito de bons argumentos,
Com alguns quilos de sentimento.
Essa é minha construção.

Sem falsidade.
Isso ta fora da minha planta,
no meu prédio toca um som
que a todos males espanta.

E se a voz traz proteção,
a vista relaxamento
vejo a beleza do mundo
de cada apartamento.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Momentos

O menino olhava para o pôr-do-Sol. Era a primeira vez que via um pôr-do-Sol. Era a primeira vez que ia a uma praia. Era a primeira vez que sentia os lábios de uma mulher tocar os seus. A sensação era estranha e boa ao mesmo tempo. Não era algo que desse para se imaginar. Separou seu rosto do dela e fitou seus olhos. Olhos lindos, azuis como o mar a sua frente. Cabelo ruivo, contrastante com o pôr-do-Sol. Foi o momento perfeito.
Ela riu. "Que foi?" ele indagou. "Nada. É só que você ficou tão maravilhado. Seus olhos estavam brilhando de emoção" e riu de novo. "Você entende o porquê". "Sim, eu entendo".
Não trocaram mais palavras. Não era necessário. Olhavam um nos olhos do outro. Se beijaram de novo. Um beijo mais longo. Mais intenso. Separaram os rostos e encararam a praia. E o menino olhava para o pôr-do-Sol. Era a primeira vez que via um pôr-do-Sol.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Tristeza

Bate tristonho em meu peito,
com força quase nenhuma
e não sei como dar um jeito
para que essa dor suma.

Como livrar-me da dor
se não sei como me atingiu?
E seja como for
minha alegria esvaiu

A dor de perda alguma
ou a de estar só,
descobri que nenhuma
das duas é a pior.

O pior é não saber
a razão de seu sofrer,
pois enquanto não descobrir
serei incapaz de fugir...